Comunicação não violenta pra lideranças inclusivas
Construir e manter um ambiente de trabalho inclusivo e saudável para pessoas diversas é, atualmente, uma necessidade a partir das orientações de boas práticas de ESG (sigla em inglês para governança ambiental e social), e alinhada com as tendências mais atuais de gente e gestão (área conhecida antigamente como gestão de pessoas).
Comunicação Não Violenta (CNV): definição e origem
A Comunicação Não Violenta (CNV), é uma metodologia criada por Marshall Rosenberg que, em seu livro ‘Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais’ apresenta os princípios dessa técnica de resolução de conflitos.
A CNV se baseia no entendimento de que todas as pessoas compartilham, em certa medida, alguns sentimentos e necessidades em comum. E que, mesmo em uma situação de conflito, quando esses sentimentos e necessidades parecem ser muito diferentes, a partir de uma técnica de comunicação, é possível identificar pontos semelhantes, o que facilita o estabelecimento de uma relação baseada na empatia.
A compreensão de que as pessoas compartilham sentimentos e necessidades é ainda mais importante quando se trata de um ambiente diverso, em que as pessoas identificam, mais rapidamente, as diferenças do que as semelhanças. Muitas vezes, pode ser mais fácil sentir empatia por uma pessoa que se parece com você fisicamente ou que tenha uma história de vida semelhante à sua.
Comunicação em situações de conflito
A técnica da CNV demonstra que mesmo em situações de conflito, é possível parar por um momento e, internamente, fazer a pergunta: quais são as necessidades e sentimentos por trás desse comportamento emitido por essa pessoa, nesse momento?
Ao tentar responder a essa pergunta, podemos compreender que a pessoa tem, no momento do conflito, necessidade de compreensão, realização, suporte, estabilidade e valorização, por exemplo.
E podemos perceber que a pessoa está lidando com sentimentos como: desânimo, frustração, cansaço, vergonha e desconforto, por exemplo.
Você percebe como em diferentes momentos no ambiente de trabalho, todas as pessoas, por mais diferentes que elas sejam, podem sentir essas necessidades e lidar com esses sentimentos?
Potência da técnica da Comunicação Não Violenta
É aí que encontramos uma grande potência da técnica da Comunicação Não Violenta, no cultivo de um ambiente inclusivo, empático e saudável: com ela, é possível aproximar pessoas que podem se sentir distantes,por uma primeira identificação, a partir da diferença.
Para algumas pessoas é difícil conviver com o diferente, por exemplo, como uma pessoa com deficiência, ou uma pessoa com outra orientação sexual ou identidade de gênero. Mas, essa técnica pode aproximar duas pessoas que, inicialmente, se sentem desconectadas.
É importante lembrar que, apesar de ser potente para a construção de relacionamentos profissionais saudáveis, o uso da CNV nas organizações não é suficiente para a construção de um ambiente inclusivo. Essa construção depende de uma série de condições, como:
- a quantidade de pessoas diversas presentes na organização;
- o incentivo para o desenvolvimento e manutenção de uma cultura organizacional voltada para a construção de um ambiente inclusivo;
- disponibilização de momentos para conversas sobre o assunto, como rodas de conversa, oferecimento de treinamentos e palestras;
- abertura de canais de denúncia para que a gestão da empresa tenha conhecimento de ações discriminatórias;
- o oferecimento, pela empresa, de formação voltada para o desenvolvimento de habilidades (soft skills) que fomentem a inclusão nos ambientes de trabalho.
Para saber mais formas de criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, baixe os guias gratuitos elaborados pelo time da Inboarding.
Você vai aprender sobre como criar um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo com dicas práticas para o time e liderança.