Como criar uma boa experiência ao contratar pessoas de grupos não representados

22 de Nov de 2023

5 sugestões práticas para você melhorar a experiência de pessoas de grupos não representados no recrutamento e seleção.

Uma questão que é apresentada com frequência por pessoas de grupos não representados, como pessoas com deficiência auditiva, visual, física, pessoas com Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade - TDAH, autismo, entre outras, é como as empresas não estão preparadas para realizar um processo seletivo realmente inclusivo e acessível para todas as pessoas. 

Diante dessa lacuna que ainda existe no mercado brasileiro, a Inboarding fez um esforço para conversar com pessoas de grupos não representados, com o objetivo de compreender quais ações podem ser tomadas pelas empresas, para que o processo seletivo seja mais adequado às necessidades de um maior número de pessoas. 

Bônus: Guias gratuitos criar um ambiente de trabalho mais inclusivo.

Veja, a seguir, 5 sugestões importantes para que o processo seletivo seja realmente inclusivo:

1. Cuidado com perguntas capacitistas na entrevista 

Se concentre em perguntar sobre o que de fato impacta no campo profissional. Perguntas pessoais em relação a vida amorosa e comentários que coloquem a pessoa como coitada não são necessários.  

Perguntas capacitistas pra você evitar:

  • “Você nasceu assim, foi acidente ou foi doença?”
  • “Que legal, alguém casou com você?” 
  • “Você já pensou em se aposentar por invalidez?”
  • “Você é tão inteligente, não pode ser autista”
  • “Você conseguiu concluir a faculdade então seu autismo deve ser leve”

2. Escolha clínicas do trabalho acessíveis para pessoas com deficiência física, visual, ou auditiva

Quando for escolher uma clínica, procure saber se os profissionais da clínica são treinados, sensíveis e dispostos a receber uma pessoa com deficiência física, visual ou auditiva. 

É importante confirmar se a clínica oferece intérprete de Libras se for a necessidade da pessoa surda que está sendo contratada. Também deve ser verificado, antes de orientar a pessoa a procurar a clínica para o exame médico, se o espaço oferece acessibilidade física (rampas, elevadores) para que pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida possam ter acesso com autonomia e conforto. 

Além disso, você pode optar por clínicas remotas. Aproveite para fazer uma pesquisa anônima de satisfação sobre a clínica do trabalho, pois dessa forma você avalia se o atendimento médico está sendo acolhedor ou capacitista.

3. Cuidado com a quantidade de vagas afirmativas 

Normalmente, vagas afirmativas são ofertadas apenas para cumprir a lei, mesmo que a diversidade seja muito importante para os resultados da empresa e um dos objetivos sustentáveis da ONU. Apesar disso, a quantidade de pessoas com deficiência no mundo é muito maior do que a quantidade de vagas afirmativas. Pra combater essa desigualdade você pode abrir vagas para que todo mundo possa se candidatar. 

4. Oferte vagas que tenham a ver com o perfil profissional

Pessoas com deficiência recebem muitas ofertas que não fazem sentido para a carreira e perfil delas. Isso normalmente acontece porque recrutadores se atentam apenas para o fato do profissional ter deficiência. Oferecer uma vaga de Assistente Administrativo para uma pessoa que trabalha com tecnologia é só um exemplo de oferta que não combina com o perfil profissional.

5. Evite fazer entrevistas longas e com muitas pessoas

Preferir entrevistas mais objetivas com etapas curtas pode ajudar a pessoa a se cansar menos, direcionar melhor a atenção e chegar até o final com mais engajamento. Isso beneficia pessoas autistas, com TDAH, e todas as pessoas que participam do processo seletivo.

Após a contratação

Uma boa experiência não terminam na contratação após o "sim" da oferta. Você precisa criar uma ambiente de trabalho saudável e inclusivo para todas as pessoas.

Para saber mais formas de criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, baixe os guias gratuitos elaborados pelo time da Inboarding. 

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Christianne Miranda

Junto com Fernanda Martins, Robson Mafra

Christianne é psicóloga, intérprete de Libras, CODA e, na Inboarding, pesquisadora. Tem como principal objetivo de vida ajudar a criar uma sociedade mais acolhedora e acessível para todas as pessoas.